BIO.lógica
domingo, 4 de dezembro de 2011
"Sistema Nervoso" nas Plantas
O conceito de sistema nervoso em plantas, foi começado a ser trabalho por Burdon Sanderson (1873) e Charles Darwin (1875): descobriu potenciais de acção em folhas de Dionaea (“planta carnívora”). Com a utilização de eléctrodos em feixes condutores da planta, descobriram uma corrente eléctrica (causada pelas diferenças de potenciais eléctricos). Por sua vez, Sibaoka (1996) e Pickard (1973) afirmaram que os potenciais de acção (a tal corrente eléctrica já registada por Darwin) seriam utilizados em respostas fisiológicas. Para além disto, afirmou que os mesmos estímulos nervosos seriam de certa forma homólogos aqueles que ocorrem nas células nervosas dos animais. Foi já com Schroeder, Hedrich & Ferandez (1984) que foi possível concluir que a formação desta "corrente eléctrica" (potenciais de acção) seriam responsáveis por montar e regular determinadas respostas fisiológicas desta a um dado estímulo do meio ambiente.
Mas afinal de contas, qual a importância de um sistema nervoso em plantas? A resposta surge de forma óbvia: para montarmos respostas fisiológicos extremamente rápidas que permitam compensar a falta de mobilidade da planta face ao meio ambiente (plasticidade metabólica). Um dado estímulo do meio-ambiente vai provocar a despncentração de uma dada hormona) será montada, resultando numa resposta fisiológica extremamente coordenada por parte de todo o organismo vegetal olarização (inversão da condutância iónica por parte de canais iónicos específicos) e assim formar um potencial de acção que irá levar a informação do tal estímulo, a toda a planta. Após isto, a resposta efectora (por exemplo, o aumento da co- o potencial de acção funciona apenas como um "simples" e rápido mensageiro, sem apresentar a capacidade de por si só, resolver o "problema".
Este sistema nervoso das plantas, apresenta características extremamente semelhantes àquelas encontradas em animais, como algumas perfeitamente antagónicas. Apresentam um potencial limiar (responsável pela chamada lei do tudo ou nada), uma amplificação do sinal nervoso ao longo do organismo por processos vegetais (que não envolvem consumo de ATP) e a capacidade de uma comunicação célula-a-célula extremamente rápida, tal como nos animais. Por outro lado, as plantas apresentam um período refractário bastante mais longo que estes e os canais iónicos envolvidos não são os de Sódio e Potássio, mas os de Cálcio, Cloro e Potássio.
A comunicação nervosa, a nível "local", utiliza a via simplástica e a utilização dos plasmodesmos (integração metabólica) da mesma. Quando a resposta se quer mais generalizada, são utilizados os elementos crivosos dos vasos floémicos como meios de comunicação. De referir também que, nas células "sensores" (que recebem o estímulo) o estímulo para além de apresentar a necessidade de se apresentar com intensidade suficiente para ultrapassar o potencial limiar, deve ser duplicado (apenas possível num estímulo contínuo), o que permite a montagem de uma resposta fisiológica em situações de real importância.
No floema, os potencias de acção passam de elemento para elemento crivoso, utilizando transportadores iónicos específicos. Para além disto, é de extrema importância que os fotoassimilados apresentem pouca resistência a este impulso eléctrico. O facto mais interessante é que homologamente às bainhas de mielina nos neurónios animais, as células vegetais apresentam esclerênquima que restringe a passagem da informação nervosa das células de companhia para o floema (sendo feita apenas em "pontos" específicos).
Por fim, é importante referir que todo o processo é dependente da existência de canais iónicos nas células vegetais. Sendo esta capacidade de alterar a condutância iónica a determinados iões que permite produzir os tão importantes potenciais de acção. De referir também que a importância de grande quantidades citoplasmáticas de cálcio que irá obrigar este impulso a percorrer a via simplástica (devida à libertação destes pelos plasmodemos, utilizados na integração metabólica entre células distintas).
sábado, 19 de novembro de 2011
Potencial osmótico da Água
- Potencial osmótico:
- Potencial de pressão:
- Potencial de gravidade:
Transporte de Água
- Difusão:
- Fluxo em massa:
- Osmose:
Água: "Recurso chave" das células vegetais
- Atracções electrostáticas entre diferentes moléculas de água;
- Formação de pontes de hidrogénio;
- Bom solvente de grupos iónicos e de solventes polares: redução das repulsões electrostáticas das cargas das mesmas, aumentando assim a sua solubilidade (neutralização das cargas iónicas e das moléculas polares);
- Propriedades térmicas essências à vida;
segunda-feira, 7 de novembro de 2011
PCR
Posto isto, desta técnica resulta múltiplas cópias de uma região de interesse num fragemento de DNA. Trata-se duma técnica que não requer células vivas, uma vez que é realizada in vitro e apenas requer: Molde de DNA, primer, DNA polimerase ( Taq polimerase)e nucleótidos livres.
Uma das dificuldades nesta técnica seria arranjar uma polimerase que não desnaturasse à temperatura de desnaturação do DNA e por isso utiliza-se a Taq polimerase, uma polimerase extraída de T.aquaticus, um extremófilo.
E como ocorre a reacção?
1) Aumenta-se a temperatura da mistura (Molde de DNA, primer, DNA polimerase ( Taq polimerase)e nucleótidos livres) , no tubo de ensaio, até aos 94ºC: a esta temperatura, as pontes de hidrogénio que unem as duas cadeias de DNA, pelas bases azotadas são quebradas, originando duas moléculas de DNA em cadeia simples.
2) Baixa-se a temperatura até aos 50-60ºC: isto, vai permitir que os primers se liguem ao segmento (numa dada sequencia) a copiar.
3) Aumenta-se novamente a temperatura, desta vez, até aos 72ºC (T óptima da Taq polimerase: inicia-se a síntese do DNA) : Nesta primeira fase há a produção de ‘’produtos longos’’ a partir da cadeia de DNA .
[Oligonucliótidos cadeia simples longos ( produtos longos) : apresentam extremidades 5’ idênticas, mas extremidades 3’ aleatórias, isto é, a aleatoriedade das extremidades 3’ devem-se aos locais de fim de síntese de DNA, isto é, onde a reacção de polimerização pára! ]
4) Após o fim de um ciclo de desnaturação - anneling (renaturação)-sintese, os ‘’produtos longos’’ irão funcionar como moldes para mais um ciclo de PCR, originando ‘’Produtos pequenos’’.
[Podutos pequenos: As extremidades 5’ e 3’ são ditadas pelo local de ligação do primer, isto é, oligonucleótidos iguais e com fins iguais.
Ao longo de vários ciclos, o numero de ‘’produtos pequenos’’ que são cadeia de interesse, aumenta de forma exponencial.
Para que possamos verificar a eficiência do PCR recorremos à técnica de electroforese, ou seja, como o que se pretende é amplificar (copiar) um segmento específico de DNA, caso o PCR tenha sido bem feito, o resultado da electroforese será uma marca ‘’carregada’’ visível no gel de electroforese (agarose ou policrilamida), sendo que, todas as moléculas de DNA apresentam o mesmo tamanho. Por outro lado, caso o PCR não tenha sido eficiente será visível, no gel, uma sequência de bandas ( bandas de ‘’smear’’) .
Vector Shuttle: o plasmídeo integrativo
Se quisermos obter uma determinada proteína a partir da molécula de DNA a clonar, tornasse necessário utilizar outros organismos para além da E. coli. Isto, levanta no entanto problemas, uma vez que, as técnicas de recombinação em organismo como leveduras são, usualmente, mais complicadas comparativamente ao uso em bactérias. Para resolvermos esta questão, surge oplasmídeo integrativo: plasmídeo que é recombinado num organismo e transformado num outro.
A presença do gene ori da E. coli, possibilita a construção do plasmídeo recombinante antes de ser transferido para as células de leveduras. Isto é, os genes são clonados nas bactérias (pela acção da mesma enzima de restrição, adicionamos o fragmento de DNA de interesse ao vector) e transformados em leveduras. Esta integração é conseguida pelo gene URA3 através de umarecombinação homóloga.
Para facilitar a transformação, as leveduras são utilizadas como protoplasto. Isto é, são cultivadas em meio de cultura sem a sua parede celular. Para além disto, apresentam o gene URA3 mutado (
Este vector integrativo apresenta:
- Gene URA3: este gene possibilita a recombinação homóloga entre o vector da bactéria e um cromossoma da levedura. No momento da recombinação homóloga, o cromossoma da levedura (ao alojar o plasmídeo recombinante) ficará com um locus para o URA3 funcional e outro mutado. As leveduras com o DNA recombinante (
- Gene que confere resistência à ampicilina e à tetraciclina: utilizados como marcas de selecção. Isto, permite diferenciar as bactérias que apresentam o vector plasmideal das que apresentam os plasmídeos normais, fazendo crescer as bactérias em meio rico em ampicilina e tetraciclina.
- Ori: permite que o gene seja replicado como DNA plasmideal na bactéria. Isto, vai permitir que a partir das sucessivas divisões de bactérias seja possível obtermos grandes quantidades do vector e, apartir disto, purifica-los para posteriormente transformá-los em bactérias.
YAC’s ( Cromossomas Artificiais de Leveduras):
São cromossomas obtidos “artificialmente” a partir de plasmideos que se propagam em leveduras (como a S. cerevisiae) e representam a primeira tentativa para introduzir moléculas de DNA acima dos 50 pares de bases. Porém, estão associados a um enorme problema de estabilidade e a possibilidade de sofrerem rearranjos, originando novas combinações.
Um cromossoma é caracterizado por:
- Telómeros: sequências específicas que ditam o fim da molécula de DNA.
- Centrómeros: importantes na divisão celular.
- Origem de Replicação: ditam o inicio da replicação da molécula de DNA a cada divisão do cromossoma.
O YAC, apresenta:
- Local de ligação para enzima de restrição BamHI: como existe um local de ligação para esta enzima de restrição, após o corte na molécula circular, terá origem uma molécula de DNA linear.
- Gene URA3 e TRP: são genes presentes na biossíntese de compostos (Uracilo e Triptofano). Isto, irá funcionar como uma marca de selecção para separarmos as leveduras com os vectores das que não apresentam o vector. Isto é, ao fazermos as leveduras crescerem em meio mínimo de uracilo e triptofano e, uma vez que as leveduras sem o vector não apresentam os genes URA3 e TRP funcional, apenas irão crescer no nosso meio de cultura bactérias que contenham o vector (recombinante ou não).
- Gene SUP4 com local de ligação para a enzima de restrição: este gene será a marca de selecção para separar os vectores que contem os fragmentos de restrição dos restantes. Isto é, se cortarmos uma determinada molécula de DNA de interesse com a mesma enzima de restrição para qual o SUP4 possuí um local de ligação, estaremos a promover uma inibição por excerto. Isto é, com a inserção da sequência de interesse, o gene SUP4 irá perder a sua funcionalidade, sendo possível então por métodos colorimétricos diferenciar dos que tem o gene SUP4 activo (sem o fragmento de restrição).
- Ori: origem de replicação para que o cromossoma artificial tenha a capacidade de ser replicar a cada divisão da levedura.
- CEN4: origina o centrómero essencial para a correcta constituição do cromossoma.
- TEL: origina os telómeros que farão parte do cromossoma artificial.